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  • Foto do escritorYuri Felix Araujo

Musa lendo o livro

Escrevi este romance, entre dezembro de 2019 e abril de 2020, inspirado por uma moça que seguia no Instagram, a quem contemplava por causa da beleza e da desenvoltura com que transitava pelas matas, rios e cachoeiras da Chapada Diamantina. Totalmente integrada à natureza, quase índia, quase flor... Uma borboleta pousou em sua mão e isso chamou minha atenção, e ela, sem saber, deu-me esse impulso para escrever. É isso que chamam de inspiração, não é? Pois é... Até então, só tinha experimentado esse estímulo de "musa" para fazer poemas. Para escrever um livro, foi a primeira vez.


Já havia escrito e publicado um romance, Projeto Áries (2018), o meu primeiro, mas este havia sido inspirado por um sonho. A história caiu do céu para mim, pois além de um sonho que tive, o romance se desdobrava com muita fluidez, enquanto o escrevia. Um presente de Deus para o pretenso escritor, que nunca tinha conseguido escrever um livro. Pipocavam ideias no decorrer dos capítulos e, para surpresa minha, consegui concluir o trabalho, pela graça do Senhor. Somente o mistério de Jesus em mim poderia ter me mudado tanto, inclusive minha inconstância, transformada agora em determinação e foco.


Enquanto escrevia Projeto Áries, vivi com compromisso emocional a história narrada na primeira pessoa. Imaginei que era por causa disso, como se fosse um diário, um relatório emocionante, aquela ficção. Devo dizer que chorei, ri e me contorci, enquanto minhas mãos digitavam as palavras. Quando o personagem narrador se emocionava, eu também, vivendo suas experiências de paixão e, não obstante isso, buscando por superação e um comportamento ético, que exigia muito autocontrole, uma das mais valiosas dádivas da fé.


O personagem do Projeto Áries é a idealização do meu profundo desejo de ser verdadeiro, mesmo sendo imperfeito. Vivi aquela figura dramática e emprestei minha fé mística a ele, acrescentando talvez um pouco mais de intimidade com Deus, o que afastou a histórias da estrita semelhança a qualquer outra história de amor. Por causa da espiritualidade, creio que ficou diferente.


Voltando ao romance Pérola da Chapada, mesmo narrado na terceira pessoa, tive a mesma experiência: uma simbiose sobrenatural com o personagem José. Apaixonado por Pérola, que se mostrava misteriosa e suscitava desconfiança, José queria muito e, portanto, propôs-se a aprender a amar, e se esforçava para enfrentar os desafios intrínsecos da experiência do amor verdadeiro, que, segundo a literatura espiritual, é o ápice da montanha dos desafios humanos.


O personagem do meu terceiro romance, A Trajetória de Lauro Braga (2021), tem um pouco disso também. Aliás, os três romances que escrevi até agora, muita coisa em comum, principalmente o que possuem de incomum. Se alguém ler os três, peço que me diga o que achou disso.


A imagem desta publicação veio da pintura digital que publiquei na galeria deste site, imaginando a moça lendo o livro que ela mesma inspirou. A pintura “Musa lendo o livro” contempla o envolvimento da leitora, em perfeita identidade com a história, o que não corresponde à realidade. Afinal, inspirar-me não significa que me baseei em sua vida para criar a ficção. Longe disso, apenas tomei emprestado o que imaginei ser o seu arquétipo, ainda assim, em experiências bem diferentes da moça em questão.





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