As luzes fortes que surgiram no pequeno lugarejo chamado Badagaru iluminaram facetas interessantes da população local e do ilustre estudioso que visitou o lugar, atraído pelo misterioso fenômeno, o professor de física, Adalberto Goldman. Aos olhos atentos do experiente jornalista Aurélio Alonso, autor do livro O Óvni de Badagaru, os personagens mostram suas verdadeiras faces em face do instigante acontecimento. Eram luzes estranhas no céu e honraram bem o fator de iluminar e revelar o que estava no escuro.
Na linguagem jornalística, o gancho de uma matéria é o pretexto para a investigação, mas nem sempre se sustenta como tema principal. Assim é a reportagem fictícia e, não obstante, elucidativa da realidade do povoado, verdadeiro, poético e bem-humorado espelho do nosso país. As luzes são o gancho da história, mas o tema principal é tudo aquilo que elas iluminam como um flash e fazem surgir da escuridão na fotografia feita por Aurélio. O óvni mexeu com o povo e fez emergir o que estava escondido no marasmo e no conformismo da rotina local. O autoritarismo de uns, a ignorância (nem sempre de outros), a ganância, a religiosidade hipócrita, o moralismo, a insuficiência intelectual diante dos mistérios, tudo isso é colocado às luzes do fenômeno, nas palavras bem escritas do feliz autor.
A novela é leve, mas desconcertante. A sagacidade do jornalista está mais que presente no romancista. Assim, pode ser lida como uma matéria jornalística e reconhecer os personagens, tão presentes em nossa sociedade. Gostei muito de O Óvni de Badagaru e recomendo a leitura, parabenizando Aurélio Alonso pela obra.
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